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Chico Buarque é agraciado com o Prêmio Camões, com quatro anos de atraso

  • Foto do escritor: Rony
    Rony
  • 25 de abr. de 2023
  • 2 min de leitura

Jair Bolsonaro se recusou a assinar o diploma de Chico Buarque na honraria, atrasando a cerimônia de entrega do Prêmio Camões ao artista


Foto: Ricardo Stuckert

O músico e escritor Chico Buarque foi agraciado com o Prêmio Camões, o prêmio literário mais prestigiado da língua portuguesa, em cerimônia realizada nesta segunda-feira (24), após um impasse que perdurou por quatro anos. Buarque foi premiado em 2019, mas a cerimônia de entrega do prêmio foi atrasada devido à recusa do ex-presidente Jair Bolsonaro em assinar o diploma da premiação.


O Prêmio Camões, instituído em 1988 pelos governos de Portugal e Brasil, reconhece anualmente um autor de um país de língua portuguesa, tendo sido concedido a nomes como o português José Saramago e a moçambicana Paulina Chiziane. A honraria recebe o nome em homenagem ao poeta português Luis de Camões, e cada país contribui com 50 mil euros para o prêmio.


Buarque, reverenciado no Brasil pelas suas músicas políticas contra a ditadura militar, é um apoiador do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, e criticou abertamente as políticas culturais de Bolsonaro. Durante seu governo, Bolsonaro fechou o Ministério da Cultura e o reduziu a uma secretaria dentro do Ministério do Turismo.


“Aquele governo foi derrotado nas urnas, mas nem por isso podemos nos distrair, porque a ameaça fascista persiste, no Brasil, como um pouco por toda a parte”, disse Buarque durante a cerimônia realizada em um palácio em Queluz, perto da capital portuguesa.

O salão do palácio estava lotado de políticos, escritores famosos e outros artistas, que aplaudiram de pé a entrada de Buarque. Seu trabalho inclui romances premiados, como Estorvo e Budapeste.


Lula, que estava presente na cerimônia, chegou em Portugal na sexta-feira para uma visita de cinco dias, sua primeira à Europa desde que foi empossado como presidente.


Durante o evento, Lula afirmou que “é uma satisfação corrigir um dos maiores erros e um dos maiores absurdos cometidos contra a cultura brasileira nos últimos tempos” e criticou o ataque à cultura promovido pela extrema direita brasileira.

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