Estudantes baianos debatem desigualdades no novo ensino médio
- Ronaldo Anunciação
- 30 de mai. de 2024
- 2 min de leitura
Reunião do Fórum Estadual de Educação destaca críticas ao modelo educacional e sua implementação nas escolas públicas

A eleição do coordenador do grupo de trabalho sobre o novo ensino médio e educação profissionalizante ocorreu no último sábado (25), durante a reunião ordinária do Fórum Estadual de Educação da Bahia. O cargo foi assumido por Victor Queirós, presidente da Associação Baiana Estudantil Secundarista (ABES). Na reunião, foram debatidas questões relacionadas ao sistema de educação do estado.
Anteriormente, a carga horária do ensino médio era de 2.400 horas, sem a inclusão de matérias optativas. Atualmente, o sistema de ensino é de 3.000 horas, divididas da seguinte forma: 1.800 horas para conhecimentos gerais e obrigatórios, incluindo língua portuguesa, matemática e inglês, e 1.200 horas para os itinerários, que são matérias escolhidas pelos alunos. Esses itinerários podem abranger áreas como matemática, linguagens, formação técnica ou ciências da natureza e humanas. Além disso, disciplinas que deixaram de ser obrigatórias, como filosofia, sociologia e artes, estão incluídas nas matérias de conhecimento.
De acordo com Victor Queirós, presidente da ABES, o novo ensino médio está relacionado à desigualdade social, evidenciando a grande diferença entre as escolas públicas e privadas, e à redução da formação geral básica, uma vez que matérias presentes no ENEM deixaram de ser obrigatórias.
“Os itinerários são uma forma visível de deixar os estudantes de baixa renda em desvantagem na hora dos vestibulares. Enquanto os alunos das escolas públicas estão aprendendo a fazer bolo de pote e brigadeiro gourmet, as escolas particulares estão tendo aulas regulares dentro dos itinerários formativos, se preparando melhor para entrar nas universidades”, afirmou Victor Queirós.
Ele também denuncia a desvalorização das licenciaturas dos professores: "Depois de tudo isso, ainda foi criado o ‘notório saber’, que basicamente permite que um engenheiro civil, por exemplo, possa dar aulas de matemática para os alunos através dos itinerários formativos, resultando em uma desvalorização dos professores”, completou Victor.
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